Os cães de Alfenas






E por que não fazer o mesmo - de preferência - com quem adotar uma criança ou idoso em situação de abandono ? 

Muitos dirão que a culpa da miséria, no Brasil, é dos pobres, que fazem filhos demais. 

Se esquecendo, ou fingindo ignorar,  que  a nossa curva demográfica, já é, há anos, descendente,  e que a população brasileira tende a diminuir e envelhecer aceleradamente.
Um quadro que tornará difícil, se nada for feito,  substituir nossa força de trabalho nos próximos anos, deixando o país sem recursos para fazer frente, no futuro, ao aumento das despesas da Previdência Social e do número de aposentados.

O que dá origem ao crescimento do número de bebês e crianças em situação de abandono, hoje, é a falta de informação, a gravidez precoce e as drogas e a violência, com grande número de pais jovens  presos ou assassinados.

Cada criança que se encontra em um abrigo ou orfanato e que ali cresce sem uma família, é parte do patrimônio humano brasileiro. Mas a maioria sai dessas instituições, ao completar 18 anos, sem preparo, orientação ou trabalho, e vai engordar a fila dos moradores de rua ou da marginalidade. 

Orientadas, treinadas, educadas, elas poderiam dar inestimável contribuição à nossa sociedade, caso houvesse estímulo  não para a adoção de cachorros, mas de pequenos brasileiros.

O que precisamos não é incentivar a adoção de cães, mas taxar rigorosamente a sua propriedade, e monitorá-los por meio de “chips”, punindo com pesadas multas quem os abandone. 

Se considerarmos o número de crianças que não são adotadas por causa da sua idade ou da cor de sua pele, a lei de Alfenas soa como um escárnio. 

Ou um insulto.

Um escárnio a todos os seres humanos, e  especialmente às crianças que se encontram ameaçadas pela fome, sede e doenças - como o ebola - em vários países do mundo.

Um insulto ao bom-senso, à lógica, à inteligência, quando se lembra que - com menos do que se gasta apenas de ração com um cachorro - é possível, por meio de instituições confiáveis, como os Médicos Sem Fronteiras, assegurar água potável e comida, por 30 dias, para uma criança,   como os milhares de órfãos refugiados de guerras estéreis e injustas como as da Síria e da Líbia.     

Com todos os eventuais defeitos que possamos ter, como indivíduos, os cães que nos desculpem, mas a prioridade maior de qualquer homem, mulher ou criança, deveria ser  com sua própria espécie - com a prática da solidariedade - na promoção da dignidade humana.

Se isso nos fosse ensinado nas escolas, e incentivado em nossa atitude e comportamento - inclusive com a isenção de impostos e outros benefícios - haveria menos estupidez, violência e egoísmo. E o mundo seria, certamente, outro."

Comentários

armalio disse…

y lo peor es que los "protectores de animales" se creen los justos de este mundo.

vivo desde hace poco tiempo en florianópolis y en esta ciudad sobran los autos y los perros (horribles perros ridículos con moñitos, saquitos, sólo les falta ponerles zapatitos!).

por supuesto que eso pasa en los barrios de clase media o alta (supongo que lo de alta debe ser xq viven allá arriba en dptos lejos de los contenedores de basura que ellos mismos producen; es la única altura que tienen, como clase).